terça-feira, 25 de novembro de 2008

O Peabiru

O Instituto Peabiru é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que tem como missão pesquisa, capacitação e ação para geração de renda e conservação da biosociodiversidade na Amazônia. Criado em 1998, conta com 25 sócios entre ambientalistas, cientistas, empresários e educadores brasileiros. Desde 2004 sua sede está em Belém, Pará, e possui um escritório em São Paulo (SP).

Terços de Cotijuba


O terço foi criado participativamente pelo grupo de artesanato das mulheres do MMIB, Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém em um projeto de geração de renda. O valor é totalmente repassado para elas que fornecerão um recibo de doação para valores acima de R$20,00.
As ilhas de Belém são as florestas que o turista vê quanto está almoçando na Estação das Docas, parecem florestas, são ilhas habitadas por 20 mil pessoas invisiveis.
Estamos trabalhando a capacitação em empreendedorismo deste grupo através do artesanato sustentável. Este projeto pretende que o grupo não apenas crie peças de artesanato, mas se tornem agentes de seu futuro, donas de seu negócio. Ao final pode ser que nem produzam as "bio-joias" mas produtos de floresta com que se identifiquem mais, o processo é que vai determinar.
A intenção é que todo material do terço saia das Ilhas. (Ainda esta começando a acontecer, acabamos de terminar a capacitação em Beneficiamento das sementes).
O Açaí é alimento fundamental na dieta do amazônida. Da extração sobram toneladas de sementes que vão para o lixo. Usaremos esta sementes.
O papel é feito por elas, usando o papel que normalmente vai para o lixo agregado a fibras amazônicas, palhas de açaí, de coco, de bananeira.
O fio também será de palha da costa, feito a partir da retirada da envira do miriti, é preciso colhe-la na época certa e trabalhar para que se torne um fio muito resistente.
O terço é o primeiro produto do grupo, pensado como uma primeira meta, para que entendam como estruturar a produção, planejar o estoque, formar o preço, como se dá a venda. A partir deste produto inicial, conversaremos sobre os erros e os acertos do processo, mas de maneira concreta a partir do que vivenciaram. É a forma mais efetiva de compreenderem.
Cada terço custa 10 reais e vem com a embalagem.

Pedidos: (91)9127-2792/9961-1726 ou email:
mmibcotijuba@yahoo.com.br
Encomenda podem ser enviadas pelo correio também, caso necessário.


O Peabiru e o Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém

O Peabiru inicia os trabalhos com o MMIB em 2004 quando Natura Cosméticos convida-o a avaliar os impactos da priprioca nas comunidades de agricultores da ilha de Cotijuba.
Diagnostica-se a baixa capacitação técnica; métodos tradicionais de uso da terra, a importância da liderança de Dona Antônia da Silva e seu empenho pessoal em fortalecer o MMIB; a pressão de invasões e afluxo de novos moradores; a dificuldade do MMIB em se articular com demais movimentos sociais e piora nos serviços públicos.
Peabiru e MMIB desenvolvem agenda de trabalhos resultando em: (1) parceria de longo prazo (50 anos); (2) Projeto “Ilhas com Lideranças”, 16 oficinas para 30 pessoas/cada e 1 curso de 3 meses para 20 participantes, para formação de lideranças; 3) capacitação de um jovem como estagiário no Peabiru em 2006; (4) Escola Ribeirinha de Negócios, financiado pelo BOVESPA Social que se inicia em maio de 2008 para estruturar a cadeia de valor de artesanato a partir de sementes (ecojóias) para jovens mulheres.
A Região Metropolitana de Belém – RMB é uma das áreas mais impactadas pelas atividades humanas na Amazônia. A RMB com 2 milhões de habitantes é uma “metrópole relativamente pobre” cuja renda per capita (R$ 2,9 mil/ano), corresponde a metade da renda per capita do brasileiro. É uma capital com grande informalidade em sua economia (superior a 60%), a mais alta do país, IPEA, 2005, o que nas ilhas se agrava e atinge mais de 90%.
Os sintomas sociais são claros: violência, prostituição, uso de drogas na adolescência, alto índice de gravidez na adolescência (30% dos nascimentos são de mães entre 10 e 14 anos), poucos anos de estudos, perda da identidade cultural. Para o IBASE (2005) 29,3% dos jovens de Belém não estudam nem trabalham (a pior situação do Norte do Brasil). Segundo o IETS, entre 1996 e 2003 a renda média da população ocupada em Belém diminuiu 42%.

Cerca de 1/3 da superfície de Belém é de ilhas (39 ilhas), a maioria sem serviços básicos, onde vivem 20 mil ribeirinhos. Cotijuba é uma das que apresenta maiores alterações recentes. É alcançada apenas somente por barco, a cerca de 20 km do centro da cidade. Sua população é de cerca de 5 mil pessoas. Em 20 anos Cotijuba adquire caráter peri-urbano, transforma-se em moradia na periferia da metrópole. Iniciam-se as invasões, violência, especulação imobiliária, lotação nos serviços públicos. Em termos de alfabetização digital a única opção de aprendizado é da Assembléia de Deus – CCVC, e inaugurada em 2005, apenas com curso básico, sem colaborar para a profissionalização de jovens.
A renda média mensal dos 110 associados ao Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém está entre US$ 2/dia a US$ 4/dia, com crescentes dificuldades de acesso a recursos naturais, comprometendo significativamente seus Meios de Vida Sustentáveis.

Público – critérios
- Jovens cursando o 2o grau ou com o 2o grau completo,
- Jovens de 16 a 28 anos;
- moradores das Ilhas de Belém, especialmente Cotijuba, Urubuoca, Paquetá, Jutuba e Ilha Nova;
- jovens de famílias de baixa renda (renda inferior ou igual a um salário mínimo/família
- Desempregados, e
- Prioridade para mulheres